segunda-feira, 6 de julho de 2009

SWELL SONORO - PRETÉRITO PERFEITO O passado que não é...

Por Eduardo "Formiga" - Correspondente Sonoro - SurfPE - 06/07/09 - 12:13.


The Cramps - Foto:WEB

Domingo passado entre umas e outras cervejas fui cobrado pelo diretor deste espaço - Fernando “Bactéria” Pereira - por não ter escrito nas últimas semanas para esta coluna... De fato, há algumas semanas não escrevo nada para o SurfPE e justamente entre essas cervejas me veio à cabeça de fazer uma homenagem póstuma... Calma, não é sobre Michael Jackson! Mas sim, sobre Lux Interior do The Cramps.


Lux Interior, bizarro uma questão de estilo - Foto: WEB

Ambos têm uma semelhança longínqua: enquanto Michael destila suas esquisitices na tentativa de ser aceito socialmente diante de tantos fatos insólitos criados diante da mídia, Lux Interior não só assume como torna o bizarro um estilo de vida sem nenhum pudor ou compromisso com nada...

No mês de fevereiro último, o vocalista Lux Interior faleceu vítima de complicações cardíacas aos 63 anos deixando órfãos os fãs do estilo que ele próprio forjou – o Psicobilly (uma definição possível é o rockabilly psicótico).



Lux Interior em ação - Foto: WEB


Lux e sua companheira Poison Ivy se conheceram no início da década de 1970 e compartilhavam gostos semelhantes como a admiração por Elvis Presley e pelo The Stooges, pelo fetichismo e violência sadomasoquistas, assim como os filmes de terror e ficção científica de última categoria. Coloque tudo isso no palco com uma performance insana de Lux e uma guitarra mono-melódica e altamente distorcida de Ivy e assim está feito o The Cramps.

O Cramps ralou no underground nova-iorquino ao mesmo tempo em que criou uma legião de seguidores porra-loucas com álbuns clássicos como Psychedelic Jungle (1981), Bad Music for Bad People (1984), Stay Sick (1989), até que no ano de 1994 lançou Flamejob, um álbum que fez com que o grupo ganhasse um público consideravelmente maior.

Flamejob lançado em 1994 - The Cramps - Foto: Reprodução
Em meados da década de 1980 e início de 1990, era muito difícil conseguir qualquer coisa dos Cramps no Brasil e quando você encontrava alguém que curtia os caras era um espanto... Nessa época o som do Cramps era sinônimo de final de festa com todos embriagados... Nada mais apropriado... (Lux Interior ficaria orgulhoso de nós...!!!)

O The Cramps já nasceu cult, pois processa todo o lixo da cultura ocidental na base da esquisitice, do escracho e deboche, da sexualidade desencarnada pela violência do corpo, assustando até os que “já viram de tudo”... Genial! Além de tudo isso, foram os pioneiros do punk de garagem novairoquino no CBGB e no Max`s Kansas City (principais redutos punk norte-americano). Por fim, em homenagem póstuma a Lux Interior, faço minhas as palavras de um grande amigo e também admirador do Cramps, Adriano Leão: “Não é fácil ser um Cramps!”
(o site é show de bola... tem altas fotos das performances regadas à fúria e transes hipnóticos...)



Novos e bons sons para desentupir os ouvidos e fazer a cabeça



Álbum Going Way Out With Heavy Trash - Foto:Reprodução

Felizmente o Rock é um organismo vivo e inquieto que se refaz o tempo todo... Enquanto o The Cramps descansa, nasce um filhote inquieto como o Heavy Trash... Fruto da parceria entre Jon Spencer (ele mesmo... do Jon Spencer Blues Explosition) com Matt-Verta Ray (integrante da banda Speedball Baby), o som do Heavy Trash não é propriamente um Psicobilly com as performances arrasadoras do The Cramps, mas uma grande curtição que une rock n’ roll básico e visceral, free jazz e garagem band, ou melhor, ingredientes suficientes para uma grande noite regada a cervejas e sexo... Que tal?

Jon Spencer x Matt-Verta Ray = Heavy Trash - Foto:WEB

O Heavy Trash lançou dois álbuns: Heavy Trash e Going Way Out With Heavy Trash. Em relação ao último album, as faixas Kiss Baby e a impagável Way Out, assim como She Baby, Crazy Pritty Baby, Crying Tramp nos mostra um original Rockabilly.

O experimentalismo do cadáver (talvez ainda vivo) de Jon Spencer Blues Explosition aparece inevitalvelmente nas faixas That Ain´t Right, I Want Oblivion, They Were Kings… A escuta é obrigatória para os amantes do Psicobilly que os Cramps deixaram como legado!

linck's:

http://www.heavytrash.net/
http://www.myspace.com/heavytrash


No youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=Xg0QAc6kCKM

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