quinta-feira, 20 de maio de 2010

Maresia Surf International - Australiano Dayyan Neve rouba a cena.

Autor: redação SurfPE - por João Carvalho - Assessoria de Imprensa ASP South America - 20/05/10 - 17:00 - link fonte:

Dayyan Neve registra novos recordes - Foto: Daniel Smorigo

O australiano Dayyan Neve fez a melhor apresentação nas grandes ondas da Praia Mole, registrando novos recordes de nota - 9,0 - e placar - 16,83 pontos - para o Maresia Surf International 2010. Ele roubou a cena na rodada de estréia dos cabeças-de-chave nas difíceis condições do mar da quinta-feira na Ilha de Santa Catarina. O número 1 Jadson André abriu esta segunda fase, passando em segundo lugar na bateria, assim como o defensor do título de campeão da etapa nível 6 do ASP World Star em Florianópolis, o paulista Gabriel Medina. No ano passado, ele se tornou o surfista mais jovem a vencer etapas do Mundial WQS com 15 anos de idade e aos 16 já viveu o clima de ser o atual campeão de um evento profissional importante.

Gabriel Medina continua na luta pelo bicampeonato no Maresia Surf International, apesar do mar estar bem diferente do ano passado, quando ele assombrou o mundo com aéreos espetaculares. Na quinta-feira, a Praia Mole continuou bombando séries de 6-8 pés, mesmo com vento sul forte e a correnteza que dificultava ainda mais a atuação dos surfistas. Ele foi o segundo na bateria vencida pelo sul-africano Rudy Palmboom e sua segunda defesa do título na sexta-feira será contra o novo recordista absoluto do campeonato, Dayyan Neve, o catarinense top da elite mundial, Marco Polo, além do norte-americano Shaun Ward.

“A bateria foi bem difícil. Tem uma correnteza muito forte e ainda bem que consegui pegar uma onda salvadora pra me classificar. Muito vento, correnteza, mar bem difícil de surfar e o importante foi que passei para a próxima fase”, disse Gabriel Medina, que também falou sobre sua condição de defensor do título esse ano. “Sinto um pouco de diferença sim, é até estranho estar aqui de novo no lugar que venci o campeonato, então só espero que o mar melhore para que eu possa mostrar o meu surfe como fiz no ano passado aqui”.

O ciclone extra-tropical continuou agindo na quinta-feira, gerando rajadas de ventos de até 60 Km por hora, influenciando para que o mar permanecesse com forte consistência e grandes ondas de até 8 pés de altura durante todo o dia. A força do vento sul não chega a prejudicar totalmente a qualidade das ondas na Praia Mole, pois entra de lado e ainda existe a proteção natural do Morro do Gravatá, no canto sul da praia. Nestas condições, a melhor apresentação do Maresia Surf International foi a do australiano Dayyan Neve.

“As ondas estão muito boas, pelo menos para mim. Está um pouco balançado pelo vento forte, mas consegui achar umas ondas boas, abrindo, para vencer com os recordes do campeonato, foi show”, vibrou Dayyan Neve. “Sou de Manly Beach e lá as ondas ficam assim direto, então estou acostumado. Fiquei feliz de ganhar uma nota 9, foi uma onda perfeita com a primeira sessão bastante em pé e tentei fazer manobras certas, com segurança, já que o vento atrapalha bastante. Mas, confesso que fiquei surpreso em saber que foi a melhor onda do campeonato até agora, melhor ainda então, fico feliz por isso”.

Dos 48 cabeças-de-chave do Maresia Surf International, 32 estrearam nas 16 baterias da segunda fase que rolaram na quinta-feira. O mais bem colocado no ASP World Ranking entre os que não fazem parte do grupo de elite do surfe mundial, o cearense Heitor Alves, assim como o catarinense Willian Cardoso que venceu a etapa igualmente de nível 6 estrelas em Saquarema, só se apresentam na manhã da sexta-feira. Alguns já dançaram de cara nas difíceis condições do mar da quinta-feira, como o paulista Wiggolly Dantas, os australianos Nathan Hedge, Jayke Sharp e Blake Wilson, e o sul-africano Brandon Jackson, entre outros.

O número 1, Jadson André, conquistou a segunda vaga para a rodada dos 48 melhores surfistas do Maresia Surf International numa onda surfada nos últimos segundos da bateria que terminou com vitória do paulista Robson Santos. Mas, o potiguar que venceu a etapa brasileira do ASP World Tour em Imbituba, que abriu essa série de quatro eventos seguidos do Circuito Mundial pelo Brasil, vive um drama pessoal por ter perdido sua avó na quarta-feira. Ele confessou até que nem queria ter passado para poder ir para casa.

“Está muito difícil para mim ficar aqui. Não estou num momento bom da minha vida e na verdade eu queria mesmo voltar pra casa pra ficar com meus familiares”, disse Jadson André. “Acabei perdendo minha avó (Maria), uma pessoa muito importante na minha vida e nem sei porque fui naquela última onda, acho que foi instinto mesmo, pois não estava pensando em me classificar. Vamos ver o que vou fazer agora”.

Atualmente, Jadson André é o quarto colocado no ASP World Ranking, depois tem o paulista Adriano de Souza em oitavo, mas ambos estão confirmando suas permanências na divisão de elite do surfe mundial entre os 22 primeiros do ASP World Title Race. Já a lista provisória dos dez classificados pelo novo ranking unificado apresenta seis brasileiros e é encabeçada pelo cearense Heitor Alves. O carioca Raoni Monteiro é o segundo nesta relação e ele estreou com vitória no Maresia Surf International 2010.

“O mar está bem difícil. A gente não para de remar nunca, está a maior correnteza ali, muito difícil de saber onde se posicionar para pegar as ondas, todo mundo remando... Ainda bem que consegui pegar duas ondas para me classificar. Não foi nada demais, mas o suficiente para até vencer a bateria. Qualquer um que tiver sorte de achar onda boa vai passar, então estou amarradão que consegui”, falou Raoni Monteiro.

O catarinense Marco Polo também saiu animado do mar, principalmente porque vem de um ótimo vice-campeonato na final contra o amigo Willian Cardoso, no último domingo em Saquarema (RJ). “Certeza que este resultado mudou tudo pra mim. Era o que eu precisava para recarregar as energias, dar confiança, motivação e vou levar isso pro restante do ano”, contou Marco Polo, que também venceu seu primeiro duelo no Maresia Surf International. “O está um pouco balançado, difícil de varar a arrebentação, vento sul, então optei em cair lá no canto esquerdo, acreditei na minha estratégia e acabou dando certo, passei em primeiro”.


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