quarta-feira, 1 de abril de 2009

Aposta pernambucana - Luel batalha pelo sucesso

O jovem Luel Felipe é um dos principais talentos do surf pernambucano. Revelado nas ondas de Maracaípe, Ipojuca, Luel costuma se destacar nas principais competições da nova geração brasileira e também no circuito nordestino profissional.

Luel no Cyclone Pro Nordeste 09 - foto: gUgA sOaReS.

Em 2007, o ipojucano conquistou seu melhor resultado ao vencer a seletiva sul-americana no Rio de Janeiro e garantir vaga no Quiksilver King of Groms na França, onde ficou em quinto lugar.

Atualmente sem patrocínio, Luel comenta os principais momentos da carreira e seus objetivos no ano de 2009.

L.M - Com quantos anos você começou a surfar e como foi esse inicio?

Luel - Comecei a surfar aos 3 anos com incentivo do meu pai. Ele me colocava em cima da prancha e ia segurando meus braços, pois eu ainda era muito pequeno e não tinha equilíbrio.
Depois, com uns 6 anos, comecei a ir surfar sozinho, mas surfava mais no inside. Com 8 anos eu já entrava no outside e ia surfar nos fundos de corais. Sempre morei em frente à praia e surfava todos os dias.

L.M -
Todos os dias você surfa com ótimos surfistas que moram em Maracaípe, como Halley Batista, Alan Donato, Júnior Lagosta, Cesar Molusco, entre outros. Isso ajuda a evolução do seu surf?

Luel - Sim, ajuda bastante porque cada um tem uma maneira de surfar, e quando entramos no mar tentamos fazer o melhor do nosso surfe. O Halley pelo estilo e radicalidade de surfar, o Lagosta pelos aéreos, o Molusco pela sua rapidez na onda e o Alan pelo seu profissionalismo. Daí eu tento pegar um pouco de cada um e puxar isso pra mim pra estar sempre evoluindo.

Surfista pernambucano exibe surf ousado. Foto: Rodrigo Mesquita.

L.M - Você começou o ano de 2009 sem patrocínio. Em sua opinião, como anda o mercado no que se refere a patrocínio de surfistas profissionais?

Luel - O Brasil já era um país que investia muito pouco no surf antes da crise. Agora, com essa crise financeira piorou porque as empresas já não investiam e agora estão com medo de investir por não saberem o que vai acontecer, se a situação vai melhorar ou piorar. Os mais prejudicados são os nordestinos, porque já não se investia nos atletas nordestinos, agora muito menos.

L.M -
Quais seus principais títulos?

Luel - Campeão ipojucano em 2006 e 2007; campeão da seletiva Maracaipe / Cupe que dava vaga pra correr o WQS em Noronha, no ano de 2007; ganhei a Mirim e Júnior no Nordestino em Maraca, em 2007; ganhei o Quiksilver King Of The Groms Sub-16 no Rio de Janeiro, em 2007; quinto lugar no mundial da França, em 2007; quinto lugar no Nordestino Pro do Francês, em 2008; quinto lugar no Nordestino Pro de Maracaípe em 2009.

Pernambucano explode a junção em Punta Rocas, Peru. Foto: Aleko Stergiou.

L.M - Qual a conquista que foi a mais importante para você?

Luel - Meu melhor resultado foi no Quiksilver King Of The Groms, porque foi o ano em que pensava em parar de surfar. Daí, graças a Deus tive esse resultado no primeiro ano desse campeonato no Brasil. Pra mim tem sido minha melhor vitória, e também eu nunca havia feito uma viagem internacional eesse campeonato dava uma passagem com tudo pago pra França. Poxa, pra mim deu tudo certo, ganhei um campeonato com nível nacional, todos os moleques da nova geração estavam lá e o mar tinha de 2 a 2,5 metros de onda na série. Pra mim, definitivamente esse foi meu melhor evento, fiquei feliz da vida.

L.M -
Qual o seu treinamento para as competições?

Luel - Surfo 8 horas por dia, faço academia, corro na praia às vezes, surfo bastante nos fundos de corais, que é pra evoluir cada vez mais meu surf, e faço curso de inglês.

L.M -
Quais são as manobras que você mais gosta de executar?

Luel - Eu gosto de executar todos os tipos de manobras, quero sempre mandar manobras inovadoras, mas minhas favoritas são aéreos e tubos. São as manobras que me dão mais prazer ao executar.

Luel Felipe é um dos principais talentos da nova geração pernambucana. Foto: Clemente Coutinho.


L.M - Qual o maior perrengue que você já passou em sua careira como surfista?

Luel - (Risos). Muitos, deixe-me lembrar o pior. Acho que foi quando fui pra Pipa pegar onda com os meu amigos Halley, Lagosta e Carlão. A gente, na verdade, ia pra Baía Formosa, mas passamos direto da entrada e terminamos parando na Pipa. Chegando lá, umas 3:30 da madruga, não tínhamos muito dinhero, as pousadas estavam muito caras. Daí pegamos o carro e fomos pra frente da praia, num terreno vazio, e estacionamos o carro. O lugar era cheio de mosquitos e mosca, pra dormir era um saco e todo mundo teve que dormir sentado. Resumindo, terminou que ninguém conseguiu dormir, e quando amanheceu o mar não tinha onda nenhuma, passamos perrengue pra nada.

L.M - Qual o local que você ainda não foi e que tem muita vontade de ir?

Luel - Eu tenho vontade de conhecer vários lugares, o México - Puerto Escondido, Barra de La Cruz -, o Hawaii - Pipeline, Sunset - e também tenho vontade de conhecer Gold Coast, na Austrália.

L.M - Qual foi a trip mais irada que você fez?

Luel - Minha melhor viagem foi para as ilhas Mentawai. Peguei as melhores ondas da minha vida, surfei ondas de tamanho que eu nunca tinha surfado, peguei vários tubos. No último dia da minha viagem aconteceu um terremoto bem na ilha em que estávamos, foi um horror. Fora isso foi mil maravilhas.

L.M - Músicas que gosta de escutar?

Luel - Hip hop, trance, house, rap, rock e MPB.

L.M - Quais seus filmes de surf favoritos?

Luel - Trilogy, Campaign 2, Mix Tape e No Contest.

L.M - Uma frase?

Luel - Fé em Deus porque nele podemos todas as coisas.

L.M -
Quais suas metas para 2009?

Luel - Minha meta pra 2009 é entrar na elite do surf nacional pra 2010, ser campeão pro junior e ir ao mundial na Austrália.

L.M - Uma mania?

Luel - Minha maior mania e ficar tirando onda com todo mundo (risos).


Por: Leonardo Menezes em 01/04/2009 06:25 - fonte: WAVES



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