ZÉPILINE - SURF PROIBIDO.

por: gUgA sOaReS - Direção/Fotografia/Edição - SurfPE - 09/05/09 - 05:30

Placa indicando o perigo - foto: gUgA sOaReS/SurfPE

Desde a década de 70 vários surfistas olindenses freqüentam este pequeno pedaço de praia urbana situada em Bairro Novo Olinda - PE.

“Zépiline” ou melhor Zé Pequeno como é realmente conhecida foi batizada devido a um restaurante que funcionava bem em cima do pico cujo o nome era Zé pequeno (nome do proprietário), hoje extinto pela obra do calçadão da orla.

De lá saíram nomes consagrados do surf olindense que brilharam na década de 80 e 90 em campeonatos dentro e fora do estado, nomes como: Renato Lisboa “Bolinho” , Zé Antônio , Gustavo Rocha, Dinho, Fernando Pereira"Bactéria", Irajá Neto, Guga Soares, Mateus Sá, Iuri Alves, Júlio Pereira"juba", Eduardo Formiga, Carlos Pito, Iaponã, Akira júnior, etc..

Fernando Pereira, nativo do pico - batendo forte - Zépiline - foto: gUgA sOaReS/SurfPE

Uma galera que tinha no sangue o surf correndo em suas veias. Palco de vários campeonatos de clubes e associações de surf, que na época (antes dos tubarões) eram sempre freqüentes, com o público lotando a praia e movimentando consideravelmente a economia local.

lugar que para muitos era sinônimo de ondas pequenas lugar para merrequeiros. Mais o Zezinho quando quebrava clássico tinha seu potencial.

A época de boas ondas era sempre o inverno, todos esperavam ansiosos os meses de maio, junho e julho chegar, para fazer um surf clássico com direitas e esquerdas de tamanho mediana, abrindo muito dando a oportunidade de Realizar várias manobras em uma onda perfeita numa bancada rasa de areia chapada, o famoso beach break.

Dafava local assíduo do pico soltando a rabeta - Zépiline - foto: gUgA sOaReS/SurfPE

Tudo isso agora só fica na lembrança. Após dois ataques em menos de um ano, um deles com morte numa praia próxima cerca de 5 quilômetros do local, mais precisamente na praia de Delchifre. O surf em Zépiline não é mais o que era.

Mesmo nunca tendo ataques em sua praia, o reinado do Zé Pequeno pra muitos acabou..."para muitos"...mas para a maioria da nova geração de surfistas locais nem a placa indicando que ali ha tubarões, nem os bombeiros que estão a postos tomando pranchas quase diariamente, espantam o crowd de surfistas que ignoram o perigo motivados pela paixão por um esporte proibido.

Bombeiro em ações pronto para tomar mais uma prancha - Zépiline - foto: gUgA sOaReS/SurfPE

Muitos deles não tem condições de irem surfar em outros picos e por isso arriscam sua pele mesmo sabendo do perigo que ali existe.

Não ha registro de que a Prefeitura de Olinda juntamente com o Governo do Estado de Pernambuco tenham feito alguma campanha educativa no local.

Apenas uma placa fora colocada e bombeiros acionados para tomarem as pranchas de quem estiverem surfando no local , ai eu pergunto: ISSO É EDUCAÇÃO???...

Bombeiros tomando pranchas com violência como se surfistas fossem bandidos e uma mera placa indicando que a área é sujeita a ataques, SERÁ QUE SÓ ISSO INFORMA???...

Graças a Deus que Zé Pequeno ainda não entrou para as estatísticas de praias pernambucanas que tiveram ataques, pois lá com placa ou sem placa com bombeiro ou sem bombeiro, predomina a cultura do SURF PROIBIDO.

O surf é proibido mais o crowd é intenso - Zépiline - foto: gUgA sOaReS/SurfPE