sábado, 28 de janeiro de 2012

Skindog - Big rider detona ASP.


Por Redação Waves - link fonte:

Invasão de locais ao Pipe Masters e falta de convite a Nat Young despertam a ira de Skindog. Foto: © ASP / Cestari.

As mudanças nos critérios da ASP não param de gerar polêmica no cenário internacional.

Desta vez, quem soltou o verbo foi o big rider californiano Ken "Skindog" Collins.

No texto abaixo, publicado pelo Surfline e traduzido pelo site Layback.com.br, Skindog faz duras críticas à falta de controle da entidade no Pipe Masters, sempre aberto aos locais.

“Sim, eu falei! Não para ser escroto, mas é verdade. Eu estou desapontado com essa organização, e a culpa é toda deles.

Eu estava cuidando da minha vida, quando de repente o surf profissional voltou a ser empolgante. Eles começaram a misturar novos talentos ao esporte, recompensando o surf progressivo, dando passos importantes para dentro de cidades grandes e acertando em tudo.

Parecia que o oceano estava empolgado também, os abençoando com os melhores dias da temporada dentro das janelas dos campeonatos. Até o Tahiti deu a ASP o maior swell da história!!!

Eu tinha me tornado um fã do World Tour novamente. Quer dizer, quem não se tornaria? Owen Wright apareceu do nada para desafiar o rei da quebração. O voodoo de Ke11y não funcionou no garoto.

Alguns meninos no tour hoje riem da força de seu acervo de títulos. Eles simplesmente vão lá e começam a fazer combinações de aéreos insanos como ninjas do surf, pequenos Bruce Lees em pranchas de surf que sabem como manobrar e pegar tubos.

Assustaram tanto o campeão que até mesmo ele teve que chegar junto e elevar seu jogo a um nível acima. Sua performance em NY foi de outro mundo. Eu não pensei que ele tivesse aquela capacidade. Aquele aéreo King Kong, frontside no grab rodando por completo, foi surreal.

O replay em slow motion me deu arrepios. Ele era o herói de todos os surfistas de 40 anos naquele momento. Ele era Clint Eastwood falando ‘Toma essa, seus moleques!!!’. Muito inspirador, incrível, e a ascensão ao 11º título mundial foi inacreditável. Não daria para escrever um roteiro melhor. Eu estava mais do que empolgado com tudo aquilo.

Até São Francisco. Não que as ondas estivessem ruins. As ondas estavam épicas, outro ‘melhor dia do ano’ dentro da janela de um campeonato. Foi a falta de seriedade. Eles mostraram ao mundo que eles não conseguiam somar suas pontuações corretamente. A coisa toda pareceu simplesmente amadorismo. Essa não foi a pior decepção. Foi apenas uma dentre algumas que aconteceram no final do melhor ano de todos.

A falha seguinte veio quando Nat Young estava na fila para o wildcard de Pipeline, como um dos concorrentes à Tríplice Coroa. Um wildcard foi feito só para esta situação, para que concorrentes à Tríplice Coroa que não estão no campeonato de Pipe pudessem continuar sua jornada ao título do Hawaiian Triple Crown.

Alguma coisa saiu errada e os organizadores do campeonato perderam o foco, deixando o wildcard para o amigo de um amigo, em vez de quem o wildcard foi criado para ser entregue. Ainda assim, não era o pior dos problemas. Apenas mais um insulto a um fã.

O maior e mais bruto insulto aos fãs de surf profissional estava no surgimento de locais de Pipe, que se meteram no evento. Levou um momento para eu entender isso. Eu estava coçando a cabeça, me perguntando como estes especialistas de Pipe entraram para o World Tour assim, de repente.

Eu nunca prestei atenção nisso antes porque a ASP não me interessava. Mas agora, aqui estou, um fã de carteirinha da ASP, totalmente vidrado no ‘jogo’, tentando entender a estrutura do tour e como tudo funciona, quem e quem sai, quando de repente tem uns 15 caras novos no tour.

E a parte mais ridícula é que aquela era a última parada do tour e algumas carreiras estavam em jogo, com pontos que daríam, ou não, continuidade a elas no tour. E aí vem um fodão de Pipeline mandando os caras pra fora do tour. Como assim?!! Tá de sacanagem? E a ASP está tranquila com isso? E a mídia age como se fosse normal?

‘Sim, é totalmente tranquilo nesse evento, porque se não deixarmos os locais no evento eles irão nos expulsar da ilha’. É como deixar o local especialista de ‘The Pebble Beach Golf Course’ entrar no World Tour de Golfe, para que eles possam tirar alguns caras do circuito mundial e mostrar o quão bons eles são.

Mas na verdade, eles não conseguem nem entrar no tour, para começo de conversa. É uma piada! Imagine a máfia de Nova Iorque, com seus garotos que treinam por anos, com esteróides, rebatidas dentro de gaiolas de treinamento, obrigando o World Series de Baseball a deixar alguns deles entrarem no campo e rebaterem uns home runs. Só para mostrar ao mundo como eles são fodas. SAIAM DO CAMPO! AQUI NÃO É O SEU LUGAR!!!

É seguro dizer que não está certo. É uma fraude. É uma situação forçada. Isso não acontece com nossos primos Skate e Snowboard. Ninguém usa de Bullying para entrar nestes tours ou nas olimpíadas.

A ASP precisa de bolas para segurar a onda. A máfia do North Shore vai expulsar o tour da ilha? O tour praticamente alimenta metade da ilha, por causa da imprensa e a cobertura na mídia.

E o fato que a mídia do surf coloca a ASP neste pedestal gigantesco e idolatra a programação em todos os sentidos. Sim, você pode agulhar um pouco o tour aqui e alí, mas o fato é que com todas as diferentes mídias ao redor do mundo, ninguém está falando nada a respeito.”

Skindog terminou seu desabafo com a seguinte frase: “Lembre-se, eu disse ‘the ASP sucks’, não o surf profissional”.




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