Autor: SurfPE - Por: Fernando Iesca - 02/06/10 14:39 - link fonte:
Lucas Silveira conquista melhor somatório da rodada inicial. Foto: Basílio Ruy / Oakley.
Lucas Silveira conquista melhor somatório da rodada inicial. Foto: Basílio Ruy / Oakley.
O Oakley Pro Junior 2010 começou nesta terça-feira (1/6) na praia da Joquina, Florianópolis (SC). Em ondas com cerca de 1,5 metros e formação ruim, todas as baterias do primeiro round das triagens foram para a água, na prova que decide o título brasileiro profissional Sub-20.
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A rodada contou com 12 baterias de três competidores. Apenas os últimos colocados em cada confronto não passaram direto ao evento principal e agora terão uma nova chance na repescagem.
A melhor atuação do dia ficou por conta do carioca Lucas Silveira. Com apenas 14 anos de idade, ele conseguiu encontrar duas ondas boas em meio às difíceis e indefinidas condições do pico.
O jovem atleta driblou a forte correnteza e posicionou-se mais em frente ao palanque, onde investiu nas direitas, que abriam mais do que as esquerdas por causa da direção da ondulação. Depois de encontrar duas delas abrindo, com fortes manobras conseguiu notas 6.17 e 5.40 para atingir a melhor soma do dia (11.57).
"As ondas estão fechando muito, o que dificulta um pouco, mas é bom que tem onda e elas estão fortes. As direitas estão melhores e se você encontrar a certa pode se dar bem. Gosto de competir este campeonato porque eleva cada vez mais o meu nível. Ao enfrentar adversários melhores do que eu, tenho que me esforçar cada vez mais para acompanhar o ritmo", revela Lucas Silveira.
Bruno Morais encontra a boa e arranca a melhor nota. Foto: Basílio Ruy / Oakley.
Quem achou a melhor onda na praia da Joaquina foi o catarinense Bruno Morais. Depois de esperar pelas boas e maiores da série, em uma extensa direita, ele aplicou fortes manobras, com boas batidas de backside por debaixo do lip até o canal do canto esquerdo e foi avalido em 6.23 pelos juízes, nota que valeu a virada e a primeira colocação nos últimos instantes do duelo.
"Estava totalmente perdido no pico, está muito difícil o mar. Fiquei na fé até o final e precisava de bem pouco para virar. A onda entrou e dei sorte, agora vamos para a próxima", diz Bruno Morais.
Antes da virada, o confronto era dominado pelo francês Medi Veminardi, 18 anos, que é o único estrangeiro na prova. Ele está no Brasil para uma série de competições e partipou das etapas do WQS em Saquarema e na praia Mole, ambas no último mês de maio. Verminardi também avançou ao evento principal, porém na segunda colocação.
"Tenho dois grandes amigos aqui no Brasil, que são o Miguel Pupo e o Gabriel Medina. Miguel me falou muito bem a respeito deste campeonato e resolvi participar. Esta não é minha primeira vez aqui e eu amo este país, as pessoas são muito legais e eu me sinto em casa", elogia o francês.
Marthen Pagliarini encara uma da série. Foto: Basílio Ruy / Oakley.
"Acho que deveria ficar mais no Brasil e treinar mais neste tipo de onda, que é meu ponto fraco. É muito difícil para mim surfar ondas assim. Peguei só uma onda boa na bateria e elas estão grandes. Gostaria de ter encontrado mais uma boa", declara Medi Veminardi.
Já o ubatubense Marco Aurélio, também teve boa atuação e quebrou tudo nas ondas da Joaca. Ele é o único competidor que já venceu uma etapa do WQS e investiu forte nas direitas. Com duas batidas e duas rasgadas garantiu 5.50 pontos em sua maior nota.
Marco Aurélio manda bem na Joaca. Foto: Basílio Ruy / Oakley.
Durante o confronto posicionou-se um pouco mais para baixo e não esperou as ondas da série, mandou ver nas intermediárias, que abriam um pouco mais. "Consegui achar uma onda boa e graças a Deus mais uma para passar a bateria. As ondas estão bem difíceis por causa da ventania, mas estou sempre pronto para fazer o meu trabalho", comenta Marco Aurélio.
Apesar de não entrarem na água, quase todos os cabeças-de-chave estiveram presentes à praia para assistirem as baterias e analisarem seus adversários. Um deles foi o paulista que chega em Floripa como um dos fortes candidatos ao título brasileiro.
Além de ser o número 1 no seeding, ele já venceu as duas seletivas sul-americanas para o Mundial Pro Junior da ASP realizadas no Brasil este ano. Seus adversários serão quase todos os mesmos que competirão até domingo (6/6) na Ilha da Magia.
"A expectativa é boa para este evento. Já fiquei duas vezes em terceiro e passei perto de chegar da final, agora espero chegar na final desta vez. Para mim é muito importante estar presente neste campeonato e ver como está o nível do Brasil, que com certeza está melhor do queos outros países. Podemos ver pelo mundial, em que o Jadson André ficou em segundo, o Gabriel Medina e o Alejo Muniz em terceiros, ou seja, de quatro atletas três eram brasileiros, para ver como o nível desta geração está bom", enaltece Miguel Pupo.
Miguel Pupo é o cabeça-de-chave número 1. Foto: Basílio Ruy / Oakley.
Atualmente, com as constantes melhorias no critério de julgamento em todas competições profissionais, os aéreos e manobras progressivas cada vez mais dominadas pela nova geração vêm ganhando cada vez mais espaço e sendo melhor valorizadas pelos juízes. Miguel Pupo concorda com esta transformação e ressalta a importância da evolução nas manobra.
"Acho que os aéreos na bateria estão sendo cada vez mais usados. Vejo pelo meu irmão, ele tem só nove anos de idade e já está mandando vários. Acho que ele está mais acelerado do que eu. Eu mandei o meu primeiro com 12 ou 13 anos e só depois comecei a introduzir nas baterias. Acho que ele já vai começar nas baterias brincando de mandar aéreo, portanto acho que a evolução está cada vez mais rápida", analisa Miguel Pupo.
Se para os atletas não é fácil competir neste tipo de condição, para os juízes também não é fácil encontrar o critério, que deve se adequar sempre às condições do mar e ao que as pistas de manobras podem oferecer.
Juiz do ASP World Tour, o catarinense Luli Pereira exerce a função de head judge neste campeonato e ao lado de Paulo Motta comanda o qualificado grupo de experientes juízes, que cobram da nova geração performances dentro dos mesmos critérios que irão encontrar futuramente nos circuito mundiais.
"O mar está muito difícil e as melhores notas hoje se resumiram a uma boa manobra aplicada na seção bem crítica da onda. Os atletas que conseguem se manter em pé depois desta manobra estão se dando bem, porque o mar está sacudindo muito e a onda está sem formação", explica Luli Pereira.
"O segredo é pegar a seção mais crítica e se concentrar em fazer a melhor manobra possível, pois estamos pontuando cada manobra boa com um score bom", revela o head judge.
Evento principal Depois das triagens, o evento passa a utilizar o formato das etapas do ASP World Tour para 48 atletas, com repescagem para os que não vencerem as baterias da primeira fase.
Os dezesseis melhores na edição 2009 em Itajaí (SC), que ainda não estouraram o limite de 20 anos de idade, aguardam o encerramento da triagem para conhecerem seus primeiros adversários. Eles estreiam nesta quarta-feira, depois da repescagem da triagem que está marcada para às 7:30 horas.
Vaga na elite nacional Além de decidir o título Sub-20 da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp), o campeão do Oakley Pro Junior também ganha convite para participar de todas as etapas do Brasil Surf Pro, divisão principal do Circuito Brasileiro de Surfe Profissional.
Alejo Muniz já está aproveitando a chance este ano, competindo em igualdade de condições de faturar o título máximo do surfe nacional, sem precisar seguir o caminho normal de classificação para a elite pelos rankings de acesso da Abrasp.
Oakley Pro Junior 2010
Repescagem da triagem
1 Cainã Barletta (RS), Luan Wood (SC) e Diego Michereff (SC)
2 Kalani Silva (SP), Ygor Arakaki (SC) e Thomas Demetrio (CE)
3 Yrvin Ravi (SC), Ricardo dos Santos (SC) e Luan Carvalho (SP)
4 Odarci Nonato (SP) e Gustavo Araujo (SP)
Primeira fase da triagem
1 Rafael Teixeira (ES) 6.77, João Paulo Abreu (SC) 6.34 e Cainã Barletta (RS) 5.77
2 Ian Gouveia (PE) 5.24, Bruno Lopes (SC) 4.33 e Luan Wood (SC)
3 Julio Terres (SC) 7.17, Filipe Braz (RJ) 3.04 e Diego Michereff (SC) 1.06
4 Marthen Pagliarini (SC) 9.34, Vicente Romero (SC) 5.76 e Kalani Silva (SP) 2.40
5 Marco Aurélio (SP) 8.76, Pedro Husadel (SC) 6.00 e Ygor Arakaki (SC) 3.83
6 Lucas Silveira (RJ) 11.57, Bryan Franco (SP) 5.67 e Thomas Demetrio (CE) 3.53
7 Italo Ferreira (RN) 5.77, Daniel Gonçalves (RJ) 0.00 e Yrvin Ravi (SC) 0.67
8 Bruno Morais (SC) 9.73, Medi Veminardi (FRA) 6.10 e Ricardo dos Santos (SC) 6.00
9 Icaro Lopes (CE) 9.17, Luel Felipe (PE) 6.73 e Luan Carvalho (SP) 5.53
10 Ian Daberkow (SC) 9.43, Thayson de Souza (SC) 7.34 e Odarci Nonato (SP) 4.03
11 Nathan Brandi (SP) 9.76, Percio Nobrega (SC) 4.00 e Gustavo Araujo (SP) 3.97
12 Geovani Ferreira (SP), Thiago Muller (SC) w.o., Vitor Borges (SC) w.o.
Cabeças-de-chave do evento principal
1 Caio Ibelli (SP)
2 Marco Fernandez (BA)
3 Tamaê Bettero (SP)
4 Krystian Kymmerson (ES)
5 Matheus Navarro (SC)
6 Matheus Toledo (SP)
7 Santiago Muniz (SC)
8 Jessé Mendes (SP)
9 Miguel Pupo (SP)
10 Peterson Crisanto (PR)
11 Yan Guimarães (RJ)
12 Gustavo Sanches (SP)
13 Jonatan Busetti (SC)
14 Yuri Gonçaves (SC)
15 Thiago Guimarães (SP)
16 Cauê Wood (SC)
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