sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

The Drifter - Rob contra o destino.

Autor: Redação SurfPE - Por: Alfredo Feierabend - 22/01/10 00:01 - fonte: http://waves.terra.com.br/surf/noticia//rob-contra-o-destino/39950


Capa do mais novo filme de Rob Machado "The Drifter" - Foto: reprodução.

The Drifter, ou o andarilho em português, é um bom filme. A ideia de um surfista sem destino move a história e dá base para a exploração de altas ondas.

É uma versão moderna, só que ao estilo reality show, de Endless Summer, de Bruce Brown. Todos os picos são no arquipélago da Indonésia: Bali, Sumbawa e provavelmente Desert Point.
Alguns tubos muito fundos, aceleradas e batidas com muito estilo. Este é o recheio principal. Não espere as últimas manobras do momento. Aéreos com reverso ou coisa parecida. O estilo fluído de Rob Machado dá o tom. Fora da água também.

O texto, cheio de reflexões, que pontua o filme inteiro é de co-autoria do surfista californiano. As imagens são hipnotizantes, muitas com filtro azul, outras vezes vermelho, editadas em um ritmo bem mais lento àquelas comuns ao diretor Taylor Steele (de filmes como Focus, Sipping Jetstreams).

Machado viaja a pé, de moto, ônibus e barco. Chega a locais alucinantes, isolados. Mas como o filme exibe: chegar é o que menos importa. O que vale é a viagem e as pessoas que conhece.
O Brasil está lá em alguns momentos, no mínimo, curiosos. Uma toalha do time do Grêmio é usada por um surfista, provavelmente brazuca.

Acampado no meio do nada, Machado lê Paulo Coelho. Não dá para identificar facilmente o título. Um outro livro que aparece, só que desta vez no começo, é a Arte da Felicidade de autoria de Dalai Lama.

The Drifter também é mais longo que os verdadeiros arremedos de filmes de surf lançados recentemente. Tem cerca de 55 minutos. Nada arrastados.

Para manter o ritmo, o filme tem sacadas boas. Uma interessante é a mudança de planos de Machado ao resolver ficar mais tempo na Indonésia. Ela toma a atitude depois que um local imita o governador californiano, Arnold Schwarzenegger. Foi demais para o conterrâneo.

As sacadas nem tão geniais ficam por conta de algumas pseudo-filosofias, provavelmente tiradas dos livros companheiros na jornada. Para melhorar a salada cultural, as músicas dão o tempero. Jon Swift, The Raconteurs e Iron and Wine - este um americano que gravava voz e violão em casa.

No final fica a impressão que esta viagem sem destino de cerca 11 meses só podia ter sido feito por uma pessoa: Rob Machado. Um surfista que cumprimentou Kelly Slater - o mais competitivo da história - no meio de uma bateria em Pipeline.

Talvez seja só a impressão de um desinformado ou uma desculpa para um bom final de texto. Na verdade, fica difícil acreditar em desinteresse pela sociedade de uma pessoa que tem um site chamado Rob Machado Store. Que o filme estimule verdadeiros desprendidos então.

Alfredo Feierabend é editor de texto da TV Record.

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