Autor: SurfPE - Por: Redação Waves - 04/11/10 19:37 - link fonte:
Joel Parkinson e Andy Irons eram grandes amigos. Foto: Nancy Geringer.
Um dos melhores amigos de Andy Irons, o australiano Joel Parkinson quebra o silêncio e chora a perda do tricampeão mundial.
Em texto publicado pelo site da ASP, Parko desabafa e fala sobre algumas lembranças do amigo.
Confira abaixo o texto escrito por Joel Parkinson.
Wes (treinador de Joel) me ligou de manhã. Eu tinha duas chamadas perdidas dele e sabia que alguma coisa estava pegando. Quando ele finalmente falou comigo, perguntou se as crianças estavam por perto. Falei que estavam e ele pediu para me afastar delas por alguns segundos. Aí, ele me disse o que havia acontecido.
Eu não poderia acreditar no que estava escutando. Fiquei branco e chorei. Bem ali no local. Entrei em choque e fiquei nesse estado o dia inteiro. Fui com um grupo de amigos até o clube de surf em Snapper à tarde, bebemos umas cervejas, choramos e contamos umas histórias sobre Andy.
Estávamos conversando sobre quando fomos para o deserto australiano no ano passado para surfar e era o aniversário de Occy. Surfamos umas direitas, só eu e Andy. Tivemos de dormir numa barraca para duas pessoas e ele reclamou o tempo todo, porque odiava camping.
Havia tantas lembranças. Lembro-me de lançar uma barra de chocolate no Japão pela prioridade de uma bateria que tivemos em 2003. Mas isso era apenas uma... havia um milhão delas.
Eu acho que me senti pior hoje do que ontem. Acordei esta manhã e só chorava, porque agora era real. Ontem eu estava estarrecido com o choque ao ouvir a notícia, mas acordei hoje e era real. Eu nunca o verei novamente. Eu nunca verei o meu amigo. Ele foi embora. Eu fui e treinei na academia de Andy, e costumava treinar menos, mas não conseguiu tirar isso da minha mente. Eu estava esperando por ele só para atravessar a porta.
Estou pensando na galera em Porto Rico agora. Sinto falta deles em um momento como este, e deve ser realmente difícil para os caras que ainda estão na disputa, ter de lidar com a perda do amigo e ter de continuar surfando. É chato para os caras, mas o evento tem de seguir em frente. Estou sentido com tudo isso acontecendo muito longe, e sinto falta de estar com meus amigos no Tour.
Era para estar viajando com Andy este ano. Antes de cortar o meu pé, tinha organizado tudo para viajar com ele no resto do ano para a Califórnia, Europa e Porto Rico.
Estava indo viajar com ele e Freddy (Patacchia) e todos nós estávamos curtir juntos como um pequeno time. E nós já estávamos conversando sobre a viagem juntos no próximo ano, levando conosco nossas esposas e crianças para o Tahiti. Pensar que ele morreu sozinho em um quarto de hotel só me arruína.
Como surfista, ele tinha um "cachorro louco" nele. Ele não tinha medo de nada, e usava seu coração nas duas luvas. Ele foi o surfista mais emocionante que eu já vi. Tinha uma agressividade inacreditável em seu surf e tornou-se um dos melhores.
Eu o idolatrava. Se Andy colocasse uma coisa em sua mente, não havia nada que ele não pudesse fazer em uma onda, e ao longo dos anos eu o vi fazer algumas das coisas mais incríveis nas ondas mais incríveis. Ele e Kelly, entre eles, dominaram o surf durante os últimos 10 anos.
Quando estava conversando com Mick (Fanning) ao telefone ontem, disse a ele que acho que entendo como ele deve ter se sentido quando seu irmão, Sean, morreu, pois Andy era como um irmão para mim. Ele foi um dos meus melhores amigos. Você sabe do que gostava no Andy? Ele lembrava de todos. Ele tinha essa capacidade de se lembrar de rostos, nomes e pessoas em lugares por onde ele não passava havia uma década. Pessoas significavam tudo para ele, e ele fez todo mundo se sentir especial.
Você não precisa ser um surfista profissional. Ele conheceu tantas pessoas ao longo dos anos em todos os lugares por onde passou, mas ele lembrava dos seus nomes e tinha tempo para todos eles. Ele tinha essa qualidade. Ele se envolveu na vida das pessoas e teve um interesse na vida das pessoas. Não importa quem você era. Eu sei que ele morreu jovem, mas viveu a sua vida ao máximo, e o que ele fez em 32 anos a maioria das pessoas faria em 132.
Meu coração vai para Lyndie, seu filho, Bruce, sua família, sua equipe havaiana e todos a quem ele tenha estendido a mão ao redor do mundo.
Andy era um rei, um rei do surf.
Amigo, eu te amo.
Fonte Aspworldtour.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário