Por: Leonardo Spencer.
Victor Valle, Pavones, Costa Rica. Foto: Leonardo Spencer.
Pavones, Costa Rica. Foto: Leonardo Spencer.
Em 2007 conheci as intermináveis direitas de El Salvador e em 2009 as longas esquerdas da Nicarágua. Sempre ouvi falar bem da Costa Rica, um lugar com alto astral, muito verde, relativamente desenvolvido e com altas ondas o ano inteiro. Decidi que minha terceira ida a America Central seria para lá.
Como toda boa viagem de surf, além das ondas, o que não faltam são roubadas. Nesse caso, antes mesmo de embarcar em Guarulhos (SP), nós quase perdemos um membro do grupo.
Nosso companheiro não percebeu que a sua vacina de febre amarela estava vencida. No fim deu tudo certo e isso foi um aperitivo de como seria a viagem. Não me pergunte como ninguém viu, mas o passaporte do mesmo amigo venceu durante a viagem, o que gerou um certo transtorno na volta.
Finalmente chegamos a Costa Rica. Nosso primeiro destino foi Santa Tereza, reduto de bons e constantes beach breaks, onde o mar sempre fica lisinho pela manhã e no final de tarde. Devido a um problema com a Avianca, ficamos quase 48 horas sem nossas pranchas.
Neste tempo conhecemos a redondeza, algumas cachoeiras e ficamos com mais vontade de surfar. Depois de quatros dias por ali, seguimos para a região de Tamarindo. Nosso destino final nessa segunda perna da viagem foi Playa Negra, onde quebra a famosa onda do Endless the Summer II.
Todos os dias acordamos com os primeiros raios de sol e as direitas não paravam de quebrar na bancada de pedra, e o melhor, sem ninguém na água. Por volta das 7 horas da manha o crowd começava a chegar, mas mesmo assim tem onda para todo mundo. Chegava a hora de conhecer Roca Bruja, outro clássico do filme.
Victor Valle, Pavones, Costa Rica. Foto: Leonardo Spencer.
Uma hora de carro, duas horas de barco e o assombroso maral estava forte. Nem entramos no mar. Voltamos para Tamarindo com US$ 400 a menos no bolso, arrumamos as coisas e rumamos direto para Pavones, no extremo Sul do país.
Dez horas mais tarde, chegamos a remota região de Pavones. A primeira impressão é que você está no lugar errado. Ruas de terra e muito verde dão a impressão de estar dentro de uma floresta e não em uma praia.
O lugar é realmente inóspito. Tiro o chapéu para quem já chegou no local sem o auxílio de um GPS. De quebra, a chuva tinha acabado com a energia da região, o que deixava tudo mais sinistro. Na manhã seguinte o sol trouxe outra cara ao lugar, que exibiu uma região virgem e cheia de vida.
Ao todo foram três dias no pico, o suficiente para ver todo o seu potencial. Um sólido swell de Sul com 1,5 metros na maré cheia, fez a felicidade de todos. Para quem não conhece, Pavones é uma onda rápida. Você precisa estar sempre atento para não perder a sessão.
A onda é muito longa, o suficiente para não possibilitar a volta ao outside na remada. Depois de 15 dias de viagem, infelizmente chegou a hora de regressar para São Paulo.
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