Por: Ruclecio lucena - Correspondente de Novas Tecnologias/SurfPE.
Ruclecio, cruzando Pico Alto - foto: Gizele
Peruanos na remada em Pico Alto - foto: Gizele.
Dia 5 de maio de 2012, o big rider Sandro bola me falou que luisfer e luisito Gomes de La Torre iriam para Pico Alto, me chamou para irmos de TOW IN, porem acreditava que estava abaixo dos 12 pés, nesta condição prefiro na remada, fui com Gizele e a minha 9 pés que é adequada para os dias medianos, ou seja até 15 pés, passando disto prefiro TOW IN devido a segurança do resgate com Jet, mesmo sabendo que ao cair não há diferenças, o perigo é o mesmo , ao chegar na praia falei “olha Gi, como esta lindo o mar hoje” a Gizele me respondeu com um ar preocupado “ não esta menos de 12 pés como achas, esta grande, cuidado” o coração neste momento bateu forte e pensei, será que estou tão apaixonado por esta onda que não vi o real, uma preocupação que me acompanhou até descer a primeira onda, antes disso na entrada encontrei o Luisfer e Adriano que logo me oferecem carona até o out side a 1 km da beira em seus jet’s, o dia estava sendo maravilhoso, estava tão a vontade que surfava cruzando as ondas de Pico Alto de forma quase irresponsável, o mar realmente estava acima de 14 pés fazendo sentido a preocupação da minha esposa, após 1h hora de pura diversão o mar subiu e o pico já tinha 14 peruando surfando na remada, eu o único brasileiro me sentia bem pois o respeito foi recíproco a ponto de apontarem algumas ondas mais adentro para eu descer, estava feliz, pois algumas vezes surfei sozinho nesta onda que atormenta tantos, mas é capaz de alucinar qualquer um.
Ruclecio pronto pra descida na morra - Pico Alto - foto: Gizele.
Em um determinado momento houve uma calmaria passando mais 15 minutos sem onda, de repente um peruano rema como se para vida e os outros todo o seguem sem ter a certeza do que se tratava, em seguida primeiro um som estrondescedor e pouco segundos depois a imagem que ninguém que ver, uma onda rompendo certo a barreira dos 17 pés explode a nossa frente , varre todos sem exceção, todos remaram para frente eu remei para o lado pensando nas pranchas que poderiam bater em mim pois o único com prancha menor que 10 pés era eu, pensei certamente vão esta a frente quando o bicho pegar pois suas remadas serão melhores devido ao tamanho e flutuação de suas pranchas, uma decisão acertada, vi uma cena bizarra, na minha frente 6 pessoas largaram suas pranchas e mergulharam, antes de largar a minha subi sobre a prancha para pular na água e afundar o máximo possível , neste momento um pedaço de uma prancha 10 pés passou voando, pulei e depois de um bom tempo embaixo d’água escalei pela cordinha, ao chegar na flor d’água havia outra onda menor creio com 14 pés, mas judiou de todos, ao sobir novamente pela cordinha percebi duas pranchas de aproximadamente 10 pés toradas do meu lado e mas abaixo um paruando desesperado que torou a corda e ficara no liquidificador, pensei em auxilia-lo mas dois peruando já o resgatava, após esta experiência ficaram 6 peruanos e eu no out Sid, agora sobrando onda apesar de um clima tenso, pois poderia vir outra desta onda, seguimos por mais trinta minutos de boas ondas até o vento entrar, ao sair encontrei o Adriano bola em seu Jet com um peruano procurando a sua 10 pés da cordinha que partiu, sem êxito, soube que a corrente pode levar esta prancha para mar aberto, a noite na pousada fui informado que 4 pranchas saíram partidas neste momento que narrei, um dia como o mestre Luisfer diz “mediano” pois já viu estas ondas dobrarem de tamanho varias vezes, para mim memorável e enriquecedor, pois onde moro não tenho como viver estas experiências.
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