Autor: SurfPE - por: Instituto Praia Segura - 06/07/11 - 09:45 - link fonte:
Sergio Murilo com a mão na tela - foto: Alexandre Auler/Ag. Estado
O Instituto Praia Segura, ciente de sua responsabilidade na condução do Projeto de Implantação das Telas de Proteção contra Ataques de Tubarões em Pernambuco, vem a público lamentar a ocorrência de mais um ataque de tubarão em nosso litoral.
Comunicamos que o nosso projet,o para evitar estes ataques aos surfistas, foi fruto de uma articulação internacional que culminou com a vinda para Recife de Antony Heavens, responsável pelas telas de Hong Kong, local onde há mais de 15 anos nunca aconteceu nenhum incidente dentro da área protegida.
Romulo Bastos, do Instituto Praia Segura, faz sua explanação aos surfistas sobre a atuação do instituto junto ao CEMIT - foto: Gabriel Gomes Jr.
Precisamos esclarecer a todos que, além da fabricação das telas, diversos licenciamentos tiveram de ser viabilizados junto ao IBAMA e à CPRH. Estes licenciamentos foram concedidos e o projeto está pronto para ser viabilizado com a responsabilidade técnica do UFRPE, através do departamento de Pesca, coordenado pelo professor Fábio Hazin.
Testando a tela na água - foto: Alexandre Auler/Ag. Estado
Precisamos deixar bem claro que a tela será inaugurada através de um evento demonstrativo, que provará que é possível uma convivência harmônica entre homem e natureza, surfista e tubarão. Após o evento demonstrativo, cairemos em campo para tentarmos viabilizar a sustentabilidade do projeto visando a instalação das telas de forma contínua e duradoura, viabilizando a prática dos esportes náuticos em Boa Viagem. Neste caso, precisaremos mais ainda do apoio da prefeitura, do governo do estado e da iniciativa privada.
DIA 04 DE JULHO DE 2011 O PROJETO DE INSTALAÇÃO DAS TELAS DE PROTEÇÃO FOI APROVADO JUNTO A SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL, PELO SECRETÁRIO WILSON DAMÁZIO E PELO GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS. SERÁ FIRMADO CONVÊNIO PARA FABRICAÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS NA PRAIA DE BOA VIAGEM.
ENVIAMOS TAMBÉM PROJETO SIMILIAR A PREFEITURA DO RECIFE SOLICITANDO APOIO A INICIATIVA. ESTAMOS AINDA AGUARDANDO RESPOSTA. A PREFEITURA DE JABOATÃO TAMBÉM SINALIZOU POSITIVAMENTE PARA A AQUISIÇÃO DE UMA TELA PARA SER INSTALADA NA IGREJINHA DE PIEDADE.
O Praia Segura juntamente com o CEMIT irá avaliar se a instalação será em Frente ao Castelinho ou ao Acaiaca. Esta avaliação se deve ao fato do Castelinho estar sofrendo forte processo de erosão marinha, o que poderia inviabilizar a colocação das telas.
Sergio Murilo jr e Rômulo Bastos nos testes - foto: Alexandre Auler
Informamos a todos que o Praia Segura como membro assíduo do CEMIT, tendo participado de todas as suas reuniões desde sua implantação, desenvolveu diversas ações, muitas delas que ajudaram substancialmente para que conseguíssemos chegar mais uma a anos sem ataques, citamos como exemplo emblemático o rápido fechamento do Matadouro de Jaboatão, que só foi possível pela denúncia feita pela entidade à uma emissora de televisão. Outros problemas relativos ao assunto também receberam a intervenção do Praia Segura, tais como:
O PROBLEMA: VÍTIMAS NÃO RECEBIAM APOIO SOCIAL
As vítimas de ataques de tubarões não receberam nenhum tipo de apoio após os incidentes.
A Solução: O Instituto Praia Segura viabilizou a aquisição de próteses e cadeira de rodas, bem como atendimento jurídico e psicológico para algumas das vítimas de ataques de tubarões em Pernambuco.
O PROBLEMA - PROIBIÇÃO DA PRÁTICA DO SURF
A partir de janeiro de 1995, o Governo do Estado decidiu proibir o surfe na área de risco, compreendido entre o Porto de Suape e o Porto do Recife, baixando um novo decreto em 1999.
A Solução – O Instituto Praia Segura sugeriu a modificação do Decreto 21.402 de 06.05.99, liberando para a prática do surf e de esportes náuticos nas praias de Itapuama e Gaibú, além de locais onde haja a instalação das Telas de Proteção.
O PROBLEMA: INCINERAÇÃO DAS PRANCHAS DE SURF APREENDIDAS
Por força do decreto governamental nº 21.402 de 06.05.99, as pranchas de surf apreendidas pelo Corpo de Bombeiros eram incineradas.
A Solução: O Instituto Praia Segura conseguiu junto a Assembléia Legislativa de Pernambuco a revogação da lei nº 12.152 que autorizava a incineração das pranchas. As pranchas apreendidas foram doadas ao Instituto Praia Segura, que serão recuperadas e posteriormente destinadas às Escolinhas de Surf para que jovens carentes possam surfar dentro das Telas de Proteção em Boa Viagem.
O PROBLEMA: FALTA DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Em nenhum momento a sociedade foi convocada para participar da discussão dos problemas dos ataques de tubarões.
A Solução: O Instituto Praia Segura realizou um abaixo-assinado, coletando mais de 5.000 assinaturas pedindo a implantação de áreas de proteção contra ataques de tubarões.
Realizou também dois Ciclos de Debates – encontros com diversos segmentos da população e órgãos públicos (vítimas, banhistas, surfistas, empresários, comerciantes, advogados, psicólogos, membros do Ministério Público, Prefeituras, Câmaras de Vereadores, Assembléia Legislativa do Estado, SUAPE, etc. (média de 500 participantes).
O PROBLEMA: MATADOURO PÚBLICO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES
O município de Jaboatão dos Guararapes possuia um Matadouro Público que despejava mais de 300 m3 de sangue e restos de animais abatidos por dia no Rio Jaboatão.
A Solução: O Instituto Praia Segura desenvolveu esforços visando o fechamento do Matadouro Público de Jaboatão dos Guararapes que vinha jogando no Rio Jaboatão mais de 300 mil litros de sangue e restos de animais abatidos.
O instituto realizou visita ao local e efetivou denúncia à Rede Globo de Televisão - que culminou no fechamento do Matadouro. Após o fato e com sua interdição, o local transformou-se em sementeira ambiental e espaço para atividades culturais da cidade.
O PROBLEMA: PESCA IRREGULAR DE CAMARÃO
A diminuição na oferta de alimento disponível no mar tem a ver com a intensificação da degradação ambiental, o aterro dos manguezais, a sobre-pesca, a pesca predatória, e, principalmente, a pesca de arrasto de camarão.
A Solução: O Instituto Praia Segura levantou esta questão perante o CEMIT e medidas foram tomadas, como por exemplo, a proposta de assinatura de decreto governamental proibindo a pesca de arrasto de camarão até 5 milhas náuticas.
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