Por: João Carvalho - ASP South America.
Os Campeões do Hurley Australian Open of Surfing - foto: Steve Robertson / ASP
Mineirinho liquidou o
australiano Julian Wilson logo nas duas primeiras ondas que surfou na bateria
final que valeram notas 8,33 e 8,87, derrotando o até ali carrasco dos
brasileiros no último dia com uma “combination”, precisando de uma combinação
de duas ondas. No surfe, é como ganhar de goleada no futebol. O australiano
chegou a final passando por menos de um ponto por Peterson Crisanto e depois
por Tomas Hermes, que subiu para terceiro no ranking do ASP Qualifying Series
2014, agora liderado por Adriano de Souza neste seu início fulminante de
temporada.
Mineiro desbanca estrela da Australia para vencer o Hurley Australian Open of Surfing - foto: Steve Robertson / ASP
“É uma sensação incrível ser o
primeiro brasileiro a vencer o Hurley Australian Open of Surfing”, disse
Adriano de Souza, que no ano passado também conquistou uma vitória inédita para
o Brasil no Rip Curl Pro de Bells Beach. “Eu tenho muito respeito pelo
Julian Wilson, ele é o número 6 do mundo e um dos melhores surfistas do evento.
Eu tive sorte de pegar boas ondas no início e que ele caiu algumas vezes na
final. Quero agradecer todos os brasileiros e os fãs na praia. É um início de
ano perfeito para mim”.
Na semana passada, Mineirinho
ficou em quarto lugar na final do ASP 5-Star Volcom Pipe Masters no Havaí,
vencida por Kelly Slater que não competiu em Sydney. O brasileiro assumiu a
ponta quando derrotou o australiano Mitchel Coleborn no sábado e teve um
confronto direto logo na sua primeira bateria do domingo. O havaiano Fredrick
Patacchia foi quem mais deu trabalho para Adriano de Souza no último dia, mas
seguiu em frente por 15,77 a 14,33 pontos. Depois dominou seus adversários
botando pressão logo no início das baterias.
Contra o norte-americano Patrick
Gudauskas na semifinal, já começou com nota 9,07 na melhor apresentação do dia
e ganhou por massacrantes 17,40 a 10,53 pontos para confirmar de vez o primeiro
lugar no ranking do ASP Qualifying Series.
Mesmo que vencesse o Australian
Open, Julian Wilson ficaria em segundo, seguido por Gudauskas e o brasileiro
Tomas Hermes dividindo o terceiro lugar. Com os 3.500 pontos da vitória no
ASP 6-Star de Sydney, Mineirinho lidera com 4.484, contra os 2.640 do
vice-campeonato de Julian Wilson.
MASSACRE FINAL – Na final,
novamente o brasileiro largou na frente destruindo uma boa direita para abrir a
bateria com nota 8,33. Julian Wilson já começa arriscando os aéreos, mas sem
completar a manobra. Adriano demora pra pegar sua segunda onda, mas escolhe
bem, ela abre e ele acerta duas manobras explosivas com velocidade para receber
8,87 e deixar o australiano em “combination”, abrindo mais de 10 pontos de
vantagem. Na onda de trás, Julian finalmente acerta seu primeiro aéreo, mas foi
pequeno.
Logo Mineiro surge em uma
esquerda, inicia com um floater, emenda com um batidão na junção, conecta, a
onda forma para direita e ele vai manobrando até a beira em outra boa apresentação.
Ele descartou a nota 7,77 dessa onda, mas botou mais pressão em Julian Wilson,
que tenta entrar na briga e vem manobrando numa boa direita, só que arrisca o
aéreo na finalização e erra novamente, recebendo apenas 4,67 que passou a ser
sua maior nota no placar encerrado com uma larga vantagem de 17,20 a 8,34
pontos.
Julian Wilson era a estrela do
campeonato do seu patrocinador, o cabeça de chave número 1 do evento, mas na
final Adriano de Souza pegou as melhores ondas que entraram na bateria. A saída
para o australiano era arriscar os aéreos para arrancar notas dos juízes, mas o
vento não favorecia esse tipo de manobra e ele não conseguiu completar os mais
difíceis que tentou.
“Fiquei frustrado porque
simplesmente não consegui acertar nada na bateria”, lamentou Julian
Wilson. “Eu tive uma semana muito boa surfando em condições difíceis, fiz
boas baterias, ganhei algumas por pouco, parecia tudo dando certo, então estava
confiante, mas nada aconteceu. Mesmo assim, chegar a final já era um bom
resultado pra começar o ano e vou continuar muito confiante para o restante da
temporada”.
CARRASCO DOS BRASILEIROS –
Até ser liquidado por Adriano de Souza, Julian Wilson vinha sendo o verdadeiro
carrasco dos brasileiros, mas passando sufoco nas baterias, só ganhando por
menos de 1 ponto de diferença. Na primeira do dia tudo foi decidido nos minutos
finais. O australiano estava na frente e na sua última onda aumentou a vantagem
para 7,40 sobre Peterson Crisanto. O paranaense ainda pegou uma onda nos segundos
finais e a nota saiu 6,80, com o resultado ficando em 13,63 a 13,03 pontos.
Na bateria seguinte o fato se
repetiu para Tomas Hermes, que liderava e o francês Jeremy Flores quase
consegue a vitória, precisava de 6,67 pontos e ganhou 6,50, com a primeira
vitória brasileira do dia sendo confirmada por 13,33 a 13,17 pontos. O
catarinense também deu muito trabalho para Julian Wilson na semifinal, em mais
uma disputa acirrada e com suspense pela nota da última onda. O brasileiro
começou bem com nota 7,33, mas o australiano achou uma direita muito boa a 2
minutos do fim para soltar as manobras e ganhar 8,5 dos juízes, abrindo 7,68 de
vantagem.
Tomas ainda teve a chance da
virada nos segundos finais, a direita abriu a parede e ele foi atacando a onda
variando as manobras com velocidade até o fim, mas recebeu nota 7,00 e foi
derrotado por 15,00 a 14,33 pontos. Mesmo assim, o terceiro lugar foi um bom
resultado para o catarinense que passou a ocupar essa mesma posição no ranking
do Qualifying Series que classifica dez surfistas para o grupo de elite do ASP
World Tour.
MELHOR DO MUNDO – No
igualmente primeiro ASP 6-Star do ano para as meninas, a atual campeã mundial
Carissa Moore confirmou o favoritismo começando a temporada com vitória no
Hurley Australian Open of Surfing. Como Julian Wilson, ela é patrocinada pela
Hurley, mas conseguiu o título que não foi tão fácil de conquistar como o de
Adriano de Souza. A também havaiana Alessa Quizon, uma das novatas na elite
mundial deste ano, pegou boas ondas e somou 15,80 pontos nas duas computadas.
Mas Carissa mostrou todo seu potencial numa direita muito boa, lincando uma
manobra na outra com velocidade, usando todo espaço da onda para garantir a
vitória por 17,10 pontos com nota 9,43.
Nenhuma surfista da América do
Sul chegou nas quartas de final que abriram o domingo decisivo em Sydney. A
brasileira Silvana Lima ficou em 13.o lugar, com a peruana Anali Gomez e a
equatoriana Dominic Barona dividindo a 19.a posição. As três foram barradas na
quarta fase do Australian Open. Na terceira, perderam em 37.o lugar as
brasileiras Bruna Schmitz e Jacqueline Silva, que venceu duas baterias no seu
retorno às competições, depois de ficar de fora no ano passado se recuperando
de um grave acidente sofrido lá mesmo na Austrália.
PERNA AUSTRALIANA –
Encerrado o Hurley Australian Open no domingo e na segunda-feira começa outra
etapa do ASP 6-Star masculino e feminino de 3.500 pontos em Newcastle, na
Austrália. Depois do Burton Toyota Pro que vai até o próximo domingo, a “perna
australiana” vai abrir a corrida do título mundial do ASP World Tour 2014
no Quiksilver Pro, do dia 1.o a 12 de março nas praias da Gold Coast, com a
base principal em Snapper Rocks.
RESULTADOS DO DOMINGO NO ASP
6-STAR HURLEY AUSTRALIAN OPEN:
FINAL DO ASP MENS 6-STAR:
Campeão: Adriano de Souza
(BRA) por 17,20 pontos (8,87+8,33) – US$ 25.000 e 3.500 pontos
Vice-campeão: Julian Wilson
(AUS) com 8,34 (notas 4,67 e 3,67) – US$ 12.500 e 2.640 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$
6.150 e 2.080 pontos:
1.a: Julian Wilson (AUS) 15.00 x
14.33 Tomas Hermes (BRA)
2.a: Adriano de Souza
(BRA) 17.40 x 10.53 Patrick Gudauskas (EUA)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar –
US$ 3.000 e 1.560 pontos:
1.a: Julian Wilson (AUS) 13.63 x
13.03 Peterson Crisanto (BRA)
2.a: Tomas Hermes
(BRA) 13.33 x 13.17 Jeremy Flores (FRA)
3.a: Adriano de Souza
(BRA) 15.77 x 14.33 Fredrick Patacchia (HAV)
4.a: Patrick Gudauskas (EUA)
16.53 x 16.16 Bede Durbidge (AUS)
FINAL DO ASP WOMENS 6-STAR:
Campeã: Carissa Moore (HAV) por
17,10 pontos (9,43+7,67)
US$ 8.000 e 3.500 pontos
Vice-campeã: Alessa Quizon (HAV)
com 15,80 (notas 7,93+7,87) – US$ 4.000 e 2.640 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$
1.900 e 2.080 pontos:
1.a: Carissa Moore (HAV) 9.94 x
9.56 Maud Le Car (FRA)
2.a: Alessa Quizon (HAV) 14.90 x
12.60 Malia Manuel (HAV)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar –
US$ 1.100 e 1.560 pontos:
1.a: Carissa Moore (HAV) 16.33 x
9.10 Leila Hurst (HAV)
2.a: Maud Le Car (FRA) 12.70 x
12.67 Georgia Fish (AUS)
3.a: Alessa Quizon (HAV) 15.50 x
12.60 Nage Melamed (HAV)
4.a: Malia Manuel (HAV) 17.90 X
12.00 Nikki Van Dijk (AUS)
RANKING DO ASP QUALIFYING SERIES
2014 – 4 etapas:
1.o: Adriano de Souza
(BRA) – 4.484 pontos
2.o: Julian Wilson (AUS) – 2.640
3.o: Patrick Gudauskas (EUA) –
2.080
3.o: Tomas Hermes (BRA) –
2.080
5.o: Kelly Slater (EUA) – 2.000
6.o: Fredrick Patacchia (HAV) –
1.946
7.o: Wiggolly Dantas
(BRA) – 1.880
8.o: Bede Durbidge (AUS) – 1.748
9.o: Mitchel Coleborn (AUS) – 1.658
10: Jeremy Flores (FRA) – 1.560
10: Peterson Crisanto
(BRA) – 1.560
Próximos sul-americanos:
14: Heitor Alves (BRA) – 1.070
pontos
22: Alex Ribeiro (BRA) – 920
24: David do Carmo (BRA) – 885
37: Krystian Kymerson (BRA) –
635
37: Ian Gouveia (BRA) – 635
41: Santiago Muniz (ARG) – 625
41: Michael Rodrigues (BRA) –
625
45: Jessé Mendes (BRA) – 606
45: Jean da Silva (BRA) – 606
49: Leandro Usuña (ARG) – 565
*– mais 23 sul-americanos estão
no ranking 2014
RANKING DO ASP WOMENS STAR 2014
– 2 etapas:
1.a: Carissa Moore (HAV) – 3.500
pontos
2.a: Alessa Quizon (HAV) – 2.640
3.a: Malia Manuel (HAV) – 2.080
3.a: Maud Le Car (FRA) – 2.080
5.a: Nikki Van Dijk (AUS) –
1.560
5.a: Georgia Fish (AUS) – 1.560
5.a: Nage Melamed (HAV) – 1.560
5.a: Leila Hurst (HAV) – 1.560
9.a: Keely Andrew (AUS) – 1.061
10: Pauline Ado (FRA) – 920
10: Sarah Baum (AFR) – 920
10: Ella Williams (NZL) – 920
———-sul-americanas no ranking:
14: Silvana Lima (BRA) – 650
pontos
20: Anali Gomez (PER) – 543
20: Dominic Barona (EQU) – 543
41: Bruna Schmitz (BRA) – 380
41:
Jacqueline Silva (BRA) – 380
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