Autor: SurfPE - por: Redação do pe360graus.com - 30/06/11 - 18:42 - link fonte:
Buraco da Velha, pico aonde Marlisson foi atacado - foto: Reprodução / TV Globo
O estudante e surfista Marlisson Danilo Lima dos Santos, de 21 anos, atacado por um tubarão na praia do Pina, reagiu bem à cirurgia feita no começo da tarde da última quarta-feira (29). Tanto que, na manhã desta quinta-feira (30), ele foi transferido da sala de recuperação para uma enfermaria do Hospital da Restauração.
Em uma avaliação feita nesta quinta, os médicos encontraram o paciente sem febre e consciente. Como os ferimentos estavam com aspectos considerados bons, eles fizeram curativos. Ainda não está descartado o risco de infecção, por isso o rapaz segue internado e não tem previsão de alta.
SISTEMA DE MONITORAMENTO
Apenas respeitando a proibição de nadar ou surfar em áreas de risco, é possível evitar ataques de tubarão. O apelo é do Comitê de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) em Pernambuco. De acordo com o presidente do Cemit, Fábio Hazin, o sistema criado em Pernambuco é um dos melhores do mundo.
Fábio Hazin, presidente do CEMIT - foto: Reprodução / TV Globo
“Temos um trabalho de educação ambiental que é um exemplo para o mundo, um esforço de vigilância e fiscalização permanente e um trabalho de pesquisa e monitoramento também com tecnologia de ponta e sem nenhum equivalente no mundo inteiro e um esforço grande também de recuperação do ecossistema no mundo. Agora não há programa no mundo que consiga resolver o problema de ataque de tubarão se não houver uma participação da população no respeito às precauções que devem ser observadas para evitar esse tipo de incidente, principalmente no respeito à lei de não praticar atividades como surf e body-boarding em trechos no qual esse tipo de atividade está proibida em razão do enorme potencial de risco que elas ensejam”, afirma Fábio Hazin.
Ele também explica porque algumas pessoas dizem que faz dois anos e outras falam que faz três anos desde o último ataque de tubarão no Estado. “Na verdade, nós tivemos um incidente em setembro de 2009 que esteve associado ao processo de afogamento. Houve um afogamento e, quando a vítima ainda apresentava sinais vitais, ela sofreu uma mordida. Se nós considerarmos, portanto, esse ataque, nós teremos perto de dois anos [sem ataques]. Se nós considerarmos os ataques que não estejam associados a um afogamento prévio, então nós teremos em torno de três anos”, diz.
O presidente do Cemit reforça a orientação à população. “[Deve-se] evitar entrar em trechos de mar abertos, sem a proteção dos arrecifes; evitar avançar em áreas muito profundas; evitar o banho de mar particularmente em períodos de lua nova e lua cheia, quando esse risco é potencializado; e evitar também entrar no mar se estiver alcoolizado”, afirma.
BOMBEIROS
Os moradores de Brasília Teimosa disseram, na última quarta-feira, que os Bombeiros chegaram à comunidade mais de uma hora depois do ataque do tubarão ao surfista. O Corpo de Bombeiros enviou uma nota oficial explicando que uma ambulância foi enviada para atender o rapaz, mas, no caminho, recebeu a informação de que ele já havia sido levado para o hospital por um taxista.
Em seguida, uma equipe de técnicos dos Bombeiros foi ao local para levantar informações sobre o caso e constataram que duas das quatro placas de alerta instaladas onde aconteceu o ataque tinham sido arrancadas por vândalos. Os Bombeiros vão recolocar essas placas e recuperar outras que existem em toda orla.
Bodyboard de Marlisson - foto: Reprodução / TV Globo
ENTENDA O CASO
O ataque aconteceu num local conhecido como Buraco da Velha, na praia do Pina. Eram 10h quando um grupo de rapazes aproveitou que a maré estava enchendo para surfar com pranchas de bodyboard (foto 5), num trecho que tem alto risco de ataque de tubarão.
Marlisson dos Santos teve a perna direita quase arrancada e foi levado, por um taxista, para o Hospital da Restauração.
A maré enchendo e o tempo chuvoso são, segundo os especialistas, dois dos elementos que favorecem o ataque de tubarões. Com o registro desta quarta-feira, sobe para 54 o número de ataques de tubarão no litoral de Pernambuco, que vêm sendo contados desde junho de 1992. Fazia três anos que não havia ataques na orla pernambucana.
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