Autor: SurfPE - por: Ruclecio Lucena (Correspondente de Novas Tecnologias) - 29/04/11 - 09:39.
Ruclecio Lucena - Peru - foto: Gizele.
27 de abril estamos voltando para o Brasil e ainda no vôo senti a necessidade de escrever, pois em minha poltrona passava em minha mente como um filme os vários momentos que passei, ter conhecido pessoas que deveria ter conhecido antes, rever amigos que eventualmente encontro nestas viagens, e o principal surfar ondas que sempre sonhei desde minha adolescência, acreditamos ter feito uma das melhores viagens que já fizemos não só pelas ondas, mas também por ter descoberto ondas que ouvir falar e nunca tinha surfado por um motivo ou outro, por ter também vencido os monstros menores que precisam ser vencidos em minha mente para um dia vencer os monstros maiores que desejo vencer, ter surfado sozinho PICO ALTO com minha 9 pés com ondas pequenas para ali, aproximadamente 10 pés, foi emocionante e um passo decisivo na maratona que pretendo realizar em minha vida, surfei chilca 3 a 4 pés uma onda que segundo Chalaça e Rato parece com Noronha apesar de telas pego pequenas.
Ruclecio, Chuveirinho em Chilca, Peru - foto: Gizele.
Fui apresentado por Tom um novo amigo Portoriquenho que vibrava a cada onda surfada como um amante das boas ondas em um pico secreto, exótico e proibido devido a se encontrar em um condomínio, que apesar de um feriado nacional tinha apenas três pessoas surfando.
Ruclecio, em algum lugar no Peru - foto: Gizele.
Fui convidado pelo mesmo (Tom) a cair no dia seguinte às 6h da manhã em El Passo, uma onda que segundo ele (que já viajara por quase todo o mundo) é a onda no Peru que mais se aproxima com as do Hawaii, foi divino pegamos tubos registrados por sua simpática esposa e surfista americana de nome Jéssica que infelizmente não teve tempo de ceder às imagens, neste dia senti a falta de uma prancha 7’4’’ pois minha TRANSFORMER 6 ’6” estava 6’9’’ e mesmo assim dropava no limite, o Tom me falava que as ondas estavam de médio porte o que me aguçara planos futuros para esta, lá para quem não conhece tem muitas pedras com ondas pesadas e verticais, se a cordinha não funcionar a saída certamente será trágica devido a força e correntes que te empurram para as pedras, por isto recomendo uma cordinha curta mas grossa para não partir ou prender nas varias pedras no decorrer desta, por isto poucos a surfam, surfei também nos vários picos que já conhecia, mas meu objetivo nas minhas viagens ao Peru é PICO ALTO, desta vez em meu quiver tinha duas prancha de tow-in e uma delas era uma TRANSFORMER de 5’11’’ para 6’2’’ com chumbos removível tornando mais pesada com aproximadamente 10 kg, seu peso original é 6,5 kg, de largura 16 pol.
Ruclecio e seu quiver foto: Gizele.
No dia anterior meu amigo e mestre Luisfer me convida para PICO ALTO no dia que seria maior, fiquei feliz pós desacreditava em uma condição memorável, no entanto vi ondas de 12 a 14 pés e vi duas ondas que me pareceu ter 17 pés, porém com bump’s desagradáveis e perigosos , só em esta ali era motivo de muita satisfação, no entanto desta vez as maiores teimavam em ir para longe dos meus momentos, apesar disto fiz um momento de pura evolução onde Luisito me lançara de frente para uma onda em pura sincronia com a energia da mesma, foi a rasgada mais gostosa que executei ali apesar da onda não ser uma das maiores, tive a oportunidade de ver o mestre Luisfer riscar as ondas com harmonia e explosão nos momentos mais críticos e quase romper seu joelho como o mesmo me relatara mas tarde por conta de um bump gigante, o Quik imponente e arrojado estava como sempre à-vontade assim como Lula e o campeão de tow in Guilhermo, os anfitriões e assíduos freqüentadores desta, o Luisito filho de Luisfer como sempre mostrava que seu sobrenome Gomes De La Torre é um referencial de atitude e coragem fazendo um trajeto no limite de uma parede tubular e assustadora por sua largura e potência.
Luisito, Armando o Bote - Pico Alto, Peru - foto: Gizele.
Após três horas de tow uma situação inusitada, mas natural para quem pratica este esporte, um Jet capota por conta de uma onda e por pouco o piloto e o tow não pagavam um preço maior, resgatados pelos OCEAN RIDERS comemoraram a experiência, acho que as mãos de Deus estavam presentes naquele momento.
Resgate do Jet em Pico Alto - foto: Gizele.
Quando sai do mar falei ao mestre, das dores que sentia no músculo das minhas pernas e como isto me atrapalhava, ele mais tarde me convidou para no dia seguinte fazermos treinamento específico que evitaria as tais dores, foi quando entendi como resistem tanto tempo de tow, o treino consiste em uma vez por semana subir uma montanha íngreme de bike, em três series de cinco subidas com descanso de 10 minutos entre as series e duas vezes por semana andar em alta velocidade em pista reta com a bike, durante o treino em minha terceira subida achei que não completaria a subida devido a fortes dores que sentia em minha perna, mas resolvi tentar me superar para não desapontar o mestre, completei a série em meu tempo, pois eles me passavam a todo o momento na subida com um sorriso aprovador e estimulante, certamente adotarei este treinamento assim que retornar ao Brasil e descartarei alguns dos que faço e que de nada adiantaram nesta temporada em PICO ALTO.
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