POR RPXCOM BIRÔ DE COMUNICAÇÃO
Sabe quem é o surfista da foto que ilustra o cartaz de
divulgação do Praia Skol Festival Paulistano de Surf, que será realizado sábado
e domingo, na praia de Juquehy, em São Sebastião (SP), com a participação
apenas de surfistas residentes na Região Metropolitana da capital paulista?
Sabe em que praia a imagem foi registrada? E em que ano? E quem registrou a
imagem?
Pois sim! O cartaz do evento, de autoria de Calil
Habib, diretor de arte da Sumatra Comunicação e Marketing Esportivo, tem como
protagonista Zé Paioli, o mais experiente entre os competidores da disputas
organizadas pela Associação de Surf da Grande São Paulo (ASGSP), que chancela o
evento programado para o final de semana.
A foto é de 1974, na praia de Pernambuco, no Guarujá
(SP). Sobre o fotógrafo, quem explica é o próprio Zé, o mais velho do clã
Paioli, que tem também o irmão Chico e o sobrinho Léo, sete vezes campeão do SP
Contest no pranchão: "Trata-se de um grande amigo nosso, fotógrafo
profissional, nissei. O nome dele é Junjiro Nakamara".
"Trabalhava em uma empresa de publicidade
especializada em fotos para anúncios de revista, na frente de nossa casa, em
Moema. Durante aquele período, mantivemos excelente relacionamento e fiquei
sabendo que a família, pais e irmã, moravam em Santos. Como tinha poucas
imagens de surfe, perguntei se ele podia tirar fotos minhas surfando."
"Combinamos a primeira session na praia do Itararé (São Vicente). Dia nublado, frio, ondas
pequenas. Resultado: as fotos não ficaram boas. Gentilmente, ele deixou em
aberto uma segunda possibilidade e, desta vez, combinamos no Guarujá,
preferencialmente, num dia bonito e com altas ondas. Conseguimos esta
combinação no final de semana seguinte."
"Inicialmente, fomos à praia de Pernambuco,
fizemos uma sessão no período da manhã e uma das fotos é a que ilustra o cartaz
do Festival Paulistano. Foi um trabalho fantástico! Fotos bonitas, dignas de
serem publicadas na revista de surfe da época, a "Brasil Surf". Mas
decidi mantê-las comigo, pois, o que mais me interessava tinha conseguido
realizar, ótimas fotos de surfe".
Hoje, com 64 anos de idade e prestes a completas 50 de
surfe, o lendário surfista é um dos inscritos na categoria Longboard, uma das
sete em disputa no Praia Skol Festival Paulistano de Surf, que valerá pela
quarta e decisiva etapa do SP Contest 2013, correspondente ao Circuito
Metropolitano de São Paulo.
Na entrevista abaixo, Zé Paioli fala de quando começou
a surfar, em 1964; da parceria eterna com o irmão Chico Paioli, sobre a
evolução do surfe até os dias de hoje, sobre o trabalho desenvolvido pela ASGSP
em prol do surfe paulistano e da expectativa que tem para o Praia Skol Festival
Paulistano de Surf.
Como foi que se interessou pelo surfe e como se deu seu início em uma
modalidade pouco conhecida na época?
Comecei por mim mesmo! Li uma reportagem na revista
(já extinta) "O Cruzeiro" sobre surfe e isso ficou gravado em minha
memória. No início do verão de 1964, caminhando na Praia do Itararé, vi três
caras. Um deles carregava uma prancha de madeira. Logo identifiquei ser uma
prancha de surfe. Fui ao encalço deles, vi que eram os conhecidos irmãos
Montenegro e logo corri para perguntar como haviam conseguido a prancha. Eles
deram as informações e saí imediatamente atrás de uma, junto com o irmão do
Cocó (Eduardo Fagiano), Geraldo Fagiano Júnior. Aí, obtivemos o Madeirit para
confeccionar a minha primeira prancha.
Como você vê a evolução do surfe até os dias de hoje?
A evolução do surfe é algo de fantástico. Tanto na
performance dos atletas como na evolução das pranchas. Na nossa época, o hang
five ou ten eram épicos. Com o tempo, as pranchas foram diminuindo e aí vieram
as rasgadas (cut backs), batidas e tubos. Hoje, continuamos tendo os tubos, mas
os aéreos e os back sleeps, 360º no ar, são manobras impressionantes. O surfe
vive um momento fantástico, desafia limites. É incrível um esporte como este
não estar inserido nos esportes olímpicos.
Como você analisa o trabalho desenvolvido pela ASGSP?
É referencia no Brasil pelo que vemos em termos da
competição no País. É uma organização que tem a parceria da Federação Paulista
de Surf (FPS) na realização técnica completa dos eventos, tem uma das melhores
premiações entre os campeonatos amadores, boa divulgação na mídia, excelente
cobertura fotográfica e de vídeo e transmissão ao vivo pela Internet. É um
evento completo, que só ocorre graças aos esforços de Dadá Nascimento
(presidente da ASGSP).
Fale um pouco do clã Paioli no surfe, da parceria com o Chico e a
chegada do Léo?
A família Paioli tem uma participação importante em
nossas vidas no surfe. Diria, passa por gerações. Na verdade, tudo começou
quando iniciamos a participação das primeiras competições nos anos de 1967,
1968 e 1969, início do surfe em São Paulo.
A minha irmã Cecília esteve conosco com nossas primas
Dinaura e Regina Brandão na torcida durante o 2º Campeonato Paulista de Surf,
em 1968. Elas também estiveram na cerimônia de premiação, no Clube da Orla, com
direito a show da Martinha, uma das principais cantoras da Jovem Guarda. Nossos
pais, digo, meu e de meu irmão Chico Paioli, Carlos e Elvira Paioli, foram
importantes em nossas vidas de surfistas.
A minha mãe, em casa, sempre preparando o melhor em
refeição e em cuidados de nosso bem estar como atletas. Nosso pai era o nosso
patrocínio, pois foi quem nos bancou a confecção de nossas primeiras pranchas,
do primeiro ao último campeonato que participamos na época.
O meu pai, como esportista nato, sempre nos acompanhou
e participou diretamente desta fase de surfe. Realizou, em conjunto com Geraldo
Fagiano, pai do Eduardo Fagiano (Cocó), em 1968, na praia do Itararé, a
primeira competição de surfe interestadual, o "Rio-São Paulo", um
marco na época, pois foi o início do surfe em escala nacional.
Parei de surfar em 1969, após o último dos três
primeiros campeonatos paulista. Retornei em 1972 e, para não perder o costume,
voltei a fazer pranchas - última produzida por mim está na foto do cartaz do
campeonato deste final de semana.
Permaneci todo este tempo no freesurf, surfando de
pranchinha. Em 1987/88, com o retorno do longboard, meu irmão Chico Paioli
voltou à modalidade e obteve diversos títulos, não só estaduais como nacionais,
vindo a coroar o seu sucesso como campeão paulista Pro/AM, em 1991. Isso teve
influencia direta no meu retorno ao longboard de forma definitiva, em 1998.
O nosso sobrinho Léo Paioli, muito ligado a nós,
sempre nos acompanhou. E, ainda moleque, já encarava mares de responsabilidade.
A sua mãe, Cecília Paioli, como é normal de uma mãe, sempre ficava apreensiva
nestas ocasiões. Entretanto, o Léo sempre foi determinado e talentoso,
tornando-se um surfista de grande orgulho para a família.
O que se pode esperar da competição deste final de semana?
Na idade que estou falta, em algumas ocasiões, um
pouco mais de energia para o que gostaríamos de realizar. Entretanto, toda vez
que entramos para uma bateria, estamos sempre na busca do melhor de nós e em
Juquehy não será diferente. A etapa exigirá um pouco mais de mim, pois é em
Juquehy onde mais surfo. Isso aumenta a minha responsabilidade.
A competição - Além da
Longboard, a competição abre espaço para as categorias Open, Máster, Stand Up,
Feminina, Grand Máster e Júnior. As duas últimas já têm os seus campeões do circuito
de definidos, respectivamente, Edu Kutica e Thiago Menezes. Os outros cinco
serão conhecidos na praia de Juquehy.
Promovido pela Event Tools Promoções e Eventos em
conjunto com a Sumatra Comunicação e Marketing Esportivo, o Praia Skol Festival
Paulistano de Surf, com patrocínio da Revista Sexy e da rede de lojas Surf
Trip, tem como parceiros a Glasser Future Surfboards, a Widex Travel e a BHS
Equipamentos e Acessórios.
O apoio é da Associação de Surf da
Grande São Paulo (ASGSP), da Federação Paulista de Surf (FPS), da Associação de
Surf de São Sebastião (ASSS) e da Prefeitura de São Sebastião. A realização é
do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Esporte, Lazer e
Juventude, com a Lei Paulista de Incentivo ao Esporte.
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