Por Ader Oliveira - link fonte:
Adriano de Souza é vice do Billabong Rio Pro 2013, Barra da Tijuca (RJ). Foto: © ASP / Kirstin.
O paulista Adriano de Souza foi o vice-campeão do Billabong Rio Pro, etapa brasileira do WCT finalizada neste domingo, na Barra da Tijuca (RJ).
Em ondas de meio a 1 metro e formação regular, Mineirinho perdeu para o sul-africano Jordy Smith na final. Em confronto repleto de aéreos, Jordy levou a melhor com 8.50 e 9.30, contra 7.87 e 8.47 de Adriano.
Pela vitória, Jordy embolsa US$ 100 mil e soma 10 mil pontos no ranking da elite mundial, enquanto o brazuca fatura US$ 40 mil e descola 8 mil pontos no WCT 2013.
O último dia do Billabong Rio Pro teve muitos momentos dramáticos no Postinho.
Slater freguês Nas quartas-de-final, Adriano de Souza manteve a freguesia do 11 vezes campeão mundial Kelly Slater, que não o derrota desde o duelo que marcou a décima conquista do norte-americano, em 2010, em bateria válida pelas quartas-de-final em Middles, Porto Rico.
Mineirinho colocou pressão no outside e disparou na liderança com notas 8.50 e 6.83, deixando Slater bastante nervoso.
O norte-americano tentou reagir com um pequeno tubo para a esquerda e outro bem melhor para a direita, mas suas notas 4.80 e 7.50 não prejudicaram a soberania do brasileiro.
Prioridade polêmica Em seguida, Gabriel Medina e o australiano Adrian Buchan protagonizaram um dos momentos mais polêmicos da competição.
Buchan estava bem na bateria, com 8.00 e 6.93 nas melhores ondas, mas Medina roubou a cena ao passar por dentro de um tubo e decolar muito alto de frontside, arrancando 10 dos juízes. O brasileiro tomou a liderança com uma direita atacada com batidas no crítico que renderam 6.43 pontos.
Uma esquerda apareceu no outside e Buchan remou com tudo em busca da virada. Medina também dropou, já que Buchan havia acabado de surfar outra onda e a prioridade parecia ser do brasileiro.
A placa de sinalização chegou a indicar a prioridade a favor do australiano, o que criou uma situação tensa. Apesar das reclamações, os juízes não aplicaram nenhuma interferência, deixando Buchan irritado.
Depois do confronto, o diretor de prova Luke Egan, o tour manager Renato Hickel, o head judge Richie Porta e os dois atletas fizeram uma reunião. Se Medina e Buchan entrassem em consenso de que a placa estava vermelha e houve erro da comissão técnica, a bateria seria reiniciada. Porém, o brasileiro alegou ter visto a placa amarela.
"O Ace disse que viu a placa vermelha e o Gabriel falou que estava amarela. O direito da prioridade era de Gabriel, conforme o próprio Ace falou. Houve uma confusão na hora de mudar a placa. Se o Gabriel tivesse surfado a onda sabendo que a prioridade era do Ace e admitisse isso, colocaríamos a bateria novamente a na água, mas não foi o que aconteceu", revela Renato Hickel.
Filipe fora O quarto confronto pegou fogo, com muitos aéreos no Postinho. Para a tristeza da torcida brasileira, o sul-africano Jordy Smith passou pelo brasileiro Filipe Toledo.
Jordy achou um belo tubo e exibiu um belo repertório aéreo para somar 8.93 e 8.83 nas duas melhores ondas, contra 7.40 e 6.67 de Filipinho, autor de uma belíssima campanha no Rio de Janeiro.
Na quarta fase, o brasileiro havia superado o sul-africano numa bateria em que os dois arrancaram as primeiras notas 10 do Billabong Rio Pro.
Mineiro x Medina Em uma das baterias mais espetaculares da competição, Adriano de Souza e Gabriel Medina levaram a plateia ao delírio na primeira semifinal. O duelo pegou fogo do início ao fim, com os dois se revezando na liderança de forma incrível.
Com Medina apostando nos aéreos rodando de backside e Adriano respondendo com muita potência nas manobras e também voando, os juízes não tiveram sossego.
Na primeira metade da disputa, muito equilíbrio. Medina liderava com 7.00 e 7.60, contra 7.17 e 7.13 de Adriano.
Duas pauladas de backside deram a virada a Adriano, autor de 8.77. Também de back, Medina acertou um aéreo rodando espetacular para recuperar a liderança com 9.50, deixando o adversário a 8.54 da vitória.
Guerreiro, como sempre, Adriano foi buscar novamente a liderança. Com um aéreo rodando de front aterrissando no buraco, ele voltou à ponta ao somar 8.87 já nos minutos finais.
A partir daí, uma verdadeira guerra pelas ondas entrou em cena nos minutos finais. Medina e Adriano remaram desesperadamente e o garoto de São Sebastião teve uma chance nos últimos segundos.
Ele forçou a barra numa direita que começou ruim, até alcançar a junção e mandar um bonito aéreo rodando. O voo de Medina e sua comemoração não surtiram efeito, mas a nota bateu na trave e foi anunciada depois de muito suspense: 7.80, apenas 14 centésimos a menos do que ele precisava. Apenas um dos cinco juízes deu a virada ao atleta.
Além de vencer uma batalha eletrizante e garantir o Brasil na final da etapa, Adriano ganhou outro presente na Barra da Tijuca. Na outra semi, o sul-africano Jordy Smith barrou o australiano Mick Fanning e fez com que Adriano assumisse o posto de número 1 do ranking mundial.
Resultado do Billabong Rio Pro 2013
1 Jordy Smith (Afr)
2 Adriano de Souza (Bra)
3 Gabriel Medina (Bra)
3 Mick Fanning (Aus)
5 Filipe Toledo (Bra)
5 Kelly Slater (EUA)
5 Adrian Buchan (Aus)
5 Sebastian Zietz (Haw)
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