Por Matias Lovro - link fonte:
http://hardcore.uol.com.br/18427-relato_do_salvador
O site mexicano Centralsurf.tv publicou a sequência de fotos do acidente de Calunga. Foto: Angel Salinas/centralsurf.tv
A HARDCORE falou com Marcos Monteiro, principal responsável pelo resgate de Aldemir Calunga, que já se recupera em hospital no México.
Marcos Monteiro já foi chamado de herói por sua atuação no resgate de Aldemir Calunga. O bombeiro de Saquarema (RJ) segurou-o acima da superfície enquanto séries de 12 pés quebravam sobre a vítima desacordada. A HARDCORE conversou com Monteiro, que relatou o acontecimento segundo sua própria experiência. Segundo ele, 6 minutos se passaram entre o momento do afogamento e a chegada à praia. Confira o relato:
“Eu estava surfando com o Rodrigo Koxa, o Lapo Coutinho e o Lucas De Nardi, quando percebemos que, depois de um tubo, o Calunga não subia e que seu estrepe estava esticado pra baixo d’água, então fomos em sua direção. Lapinho o agarrou depois de um havaiano, Mike, tê-lo puxado pelo estrepe, mas uma onda enorme espalhou todo mundo. Cheguei nesse instante e levantamos ele de novo. Daí em diante agarrei o Calunga com toda força que pude e, depois de tomar várias ondas na cabeça, conseguimos chegar até a praia. Foi muito difícil, pois ele estava apagado e no meio de muita corrente e ondas grandes quebrando na nossa cabeça, mas mesmo assim conseguimos sair da água.
Nesse momento, com a ajuda dos guarda-vidas locais iniciamos o REP, a reanimação cardiopulmonar, e em alguns minutos o Calunga já estava respirando sozinho. A praia toda se encontrava em choque e comovida com aquela situação. Várias pessoas estavam chorando. Percebi ali o quanto ele é muito querido naquele lugar.”
Em recuperação
Calunga respondeu bem à broncoendoscopia pela qual passou ontem (segunda-feira) à noite. O procedimento, realizado com uma câmera aspiradora que permite a visualização e retirada de grãos de areia nos pulmões da vítima, causou febre passageira no surfista de 39 anos, que agora já se recupera. Uma tentativa de retirá-lo do coma só poderá ser feita após o efeito dos sedativos passar totalmente.
Em uma atualização em seu perfil no Facebook, o empresário Petrônio Tavares – amigo de Calunga e proprietário da marca Greenish, patrocinadora do atleta – escreveu sobre sua conversa com o médico: “O quadro continua o mesmo, sem febre, urinando um pouco mais que ontem, cada vez menos sedativos, estável. É aguardar os efeitos dos sedativos passarem totalmente. O médico fala que ele tem um corpo forte e que tenhamos muita fé. Cabe a nós esperar orando para que nosso grande amigo desperte.”
Após sair de um tubo, o leash de Calunga puxou sua prancha, que atingiu o rosto do surfista, deixando-o inconsciente dentro da água. Foto: Angel Salnas/centralsurf.tv
O acidente
O potiguar de 39 anos se afogou neste domingo, 2 de setembro, ao ser atingido no rosto por sua prancha após sair de uma onda de 8 pés em Puerto Escondido, na praia de Zicatela, México. Após uma parada cardiorrespiratória (grau 6) e com a bochecha perfurada, ele foi retirado do mar por outros surfistas – incluindo o bombeiro Marcos Monteiro, de Saquarema, RJ – e socorrido ainda na praia. Depois de uma pequena reação física aos procedimentos de primeiros socorros, Calunga foi levado de ambulância até o hospital de Puerto Escondido, onde foi induzido ao coma transferido para o hospital de Dalinde, Cidade do México.
O bombeiro de Saquarema (RJ), Marcos Monteiro, foi chamado de herói por amigos de Calunga por tê-lo retirado da água sem largá-lo em meio a séries de 12 pés no pesado beachbreak de Puerto Escondido. Foto: Angel Salinas/centralsurf.tv
“Esticou o leash e a prancha voltou na cara dele, que desmaiou com 12 pés quebrando. O cara não subia”, conta Rogério Massud, amigo do acidentado, que estava na praia quando tudo aconteceu. “Marcos Monteiro foi um herói. Ele puxou o leash do Calunga como se estivesse pescando. Ele afundou e levantou o cara pelo pescoço, trazendo-o na gravata. Que cena! Séries de 10, 12 pés quebrando e o Marcos tomando na cabeça agarrado ao Calunga! Estou chorando aqui. Várias séries bombando, então o jet ski não conseguia entrar. E o Marcos ficou agarrado ao cara, só largou quando chegou à areia. Antes do Marcos Monteiro pegar o Calunga, um havaiano e o Lapo Coutinho o pegaram, mas entrou uma série e os caras não conseguiram segurar. Foi quando chegou o Marcos. O Petroni e o Greg Long também foram heróis agilizando os trâmites burocráticos do avião. Vamos rezar, mas, se Deus quiser, foi só um susto.”
Desde a década de 90, o big rider brasileiro sempre foi um dos destaques em ondas gigantes em lugares como Havaí, Taiti, Chile e México.
FORÇA CALUNGA!!!
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